Não há lugar melhor pra se ter uma Discussão de Relacionamento que no fim do universo.

Depois de alguns anos enrolando pra terminar essa saga, retomei faltando só essa última box e eu já estava com saudades desse Team Tardis, a dinâmica Liv, Helen e Doctor casa muito bem e os três se complementam em questão de personalidade e atitude. A história é simples, uma escapada (meio enrolada btw) mas que entrega um bom começo do fim dessa saga que eu realmente não sei para onde está indo.

Nota: Eu acho engraçado essa versão do Oitavo meio caótica que uma hora tá depressivo aceitando o status quo de seu fim iminente, outra hora está eletricamente animado ao planejar uma missão suicida que provavelmente colocaria a vida das suas companions em risco. Muito bom.

Jacqueline Rayner realmente nunca desaponta ao escrever uma história no qual o sentimental transborda em um nível tão pessoal, e combinado a performance de Maureen O'Brien, nos entregou um conto genuinamente bonito, falho e que ressoou pessoalmente comigo. A primeira parte me fisgou de um jeito alienígena, assim como o planeta introduzido, no qual as estrelas envolta são sencientes e qualquer habitante poderia ser tornar uma estrela no céu, brilhando para sempre e se eternizando por toda a existência, emanando vida para àquele ecossistema, e a decisão de colocar Vicki Pallister, uma órfã que possui compreensões muito rígidas e pragmáticas sobre a vida, nesse contexto que desafiava a personagem a ir além do que ela achava entender sobre a morte e o luto, foi uma jogada perfeita da escritora. Infelizmente, em sua segunda parte, o áudio esquece sua premissa original e foca em outros elementos: uma invasão alienígena, uma vilã introduzida de última hora com um monólogo expositivo de toda a situação, e um plot twist que certamente não combina com o tom da primeira parte. Apesar de tudo isso, o áudio me fascinou pela sua construção de mundo e pelo desenvolvimento da personagem da Vicki. Mais uma vez reforçando o carinho que eu tenho pela Maureen O'Brien e sua belíssima performance. No final das contas, vale à pena ouvir por ser uma história Jacqueline Rayner, sendo esse áudio um pequeno deslize no seu (quase) impecável histórico na Big Finish.

A narração do finado William Russell é maravilhosa, ele carrega todo peso e tom narrativo de uma verdadeira contação de história vinda de um senhor de idade com inúmeras vivências fantasiosas e inacreditáveis, entregando performances incríveis, principalmente como Primeiro Doutor. A história é ok, arrasta bastante (apesar de ser só 1 hora de duração) e de fato não constitui elementos memoráveis. O pequeno fato do áudio apresentar que o Doutor esperou anos por Ian e Barbara devido a um desencontro temporal, é curioso e engraçado visto que isso vai se tornar um acontecimento bem repetitivo na New Who, inclusive no especial de natal recente com Ncuti. No geral, é um áudio que não promete muita coisa, visto que seu lançamento se deu como um extra, e de fato não entrega tanto, por mais que apresente certo brilhantismo que desperta um sentimento nostálgico dos ouvintes que adoravam o Sr. William Russell gravando para a Big Finish e fazendo isso por puro amor a franquia.

R.I.P

Esse áudio tenta tratar de muitos assuntos e ser muitas coisas: uma história sobre criador vs criatura, sobre escravidão, uma perseguição espacial e um base-under-siege com um monstro, mas, incrivelmente, falha em todas elas.

É uma história bem desinteressante, no qual metade do elenco principal some e reaparece na ultima parte (Doctor e Barbara) e que pode ser resumido a um technobabble sem propósito algum. Eu realmente não me importei com nenhum personagem aqui, muito menos com a lore jogada de forma totalmente expositiva. Não entendo qual o propósito dessa linha de áudios de "simular" aqueles arcos do Hartnell no qual ele tirava férias e sumia durante alguns episódios, sendo que é OUTRO FORMATO, não tem sentido algum simplesmente sumir com o personagem. O tempo do áudio, mesmo que também tentando reproduzir o formato de arco de 4 partes, seria ok se a história fosse minimamente boa e criativa.