Diante do enorme trunfo de The Silver Turk é obvio que a história sequente teria a difícil tarefa de igualar-se a níveis de qualidade de sua antecessora. A range de Mary Shelley com o 8° Doutor segue com sua temática assustadora e seus tons sombrios - Dessa vez nos deparamos com o despertar de uma bruxa exalando sua ira por ser aprisionada em um poço abandonado por muitos anos perseguindo dois misteriosos jovens gêmeos, ao se envolverem, os viajantes da TARDIS decidem ajuda-los a escapar da tal criatura. Em seguida o Doutor usa dos rastros de uma nave alienígena que supostamente tem ligação com a bruxa para direcionar sua TARDIS até o século 17, quando o Time Lord resolve sair para suas investigações os gêmeos acabam tomando conta dos controles da máquina do tempo gerando uma reviravolta separando Mary e o Doutor em períodos diferentes da história. Reconheço as boas intenções de Rick Briggs toda sua ideia de separar os seus dois personagens principais, fazendo ambos dos eventos interligados serem responsáveis pela resolução do problema – O único deslize do escritor foi ter dado muito pouco o que fazer a Mary Shelley em sua trama, chega até dar uma impressão que sua real ideia era se poupar de ter que elaborar todo um desenvolvimento para ela, apenas tendo que se preocupar com a escrita da trama do Doutor. Existe um certo exagero no conceito da energia “Odic” deixando-a um pouco complexa demais, fica aquela típica coisa pirada de sci-fi que o ouvinte acaba por não compreender 100% e interpreta com apenas um dispositivo ksksks. Diferente de muitos a progressão narrativa não veio a ser um problema em minha experiencia, ela fluiu muito ainda mais contando com ótimo e relevantes personagens secundários muito bem interpretados – Além disso é interessante observar como as histórias dessa range vem sendo marcada por apresentar muitas reviravoltas bem sacada e posicionados dentro de seus enredos, as tramas fazem curvas e voltas tornando cada minuto instigante não cansando seu ouvinte. Basta analisar o status inicial dos gêmeos (Finicia e Lucern) e compara-los com o resultado final, o mesmo funciona com vários outros personagens como a Agnes, Beatrix, Kincaid. Em resumo, The Witch From The Well é aquela típica história do gênero caça às bruxas com todos os ingredientes tradicionais, superstições, religião, personagens injustiçados sendo acusados de ser bruxas entre outros. Não achei genérico e muito menos ruim, também está longe de ser uma obra prima.