Nos últimos minutos de “Good Night, Sweet Ladies” tivemos a primeira sinalização do paradeiro de Ace, assim trazendo ótimas esperanças para as buscas de Bernice. Esperava que “Random Ghost” trouxesse uma ponte para The Lights Of Skaro (o Finale) repleta de mistérios e suspenses se resultando em um acumulo de informações para que tudo fosse resolvido no áudio de encerramento da Box. Mas estranhamente nos deparamos com um enredo puramente experimental de Guy Adams – De alguma forma, Bernice encontra Ace em um planeta sem nome onde todos os habitantes estão presos em uma espécie de loop temporal que apagam suas memórias sempre que iniciam um novo loop, assim sendo forçados a viver o mesmo dia. O único meio de recordação que os envolvidos possuem são suas câmeras filmadoras que podem ser reproduzidas através de uma nuvem de dados/inteligência artificial, para então montarem seus quebra cabeças a procura de respostas sobre o que está acontecendo e por ventura uma solução para escaparem desse loop. O grande problema de Random Ghosts está em sua estrutura narrativa não linear gerando sequencias e complementos de eventos totalmente aleatórios, é como se todos os eventos tivessem separados por “Tracks” sendo reproduzidas em um player com a função aleatória ativada. Então, você vai se deparar com o início de um evento no minuto... sei lá, 11:00, e depois só terá continuidade dele no minuto 25:00, ou o contrário, primeiro teremos o fim de um evento para só depois de passarmos por muitas outras situações que também estão fora de ordem, veremos qual foi o início dele. O que deixa a experiencia um pouco mais chata, é que passamos a maior parte do tempo ouvindo os personagens discutindo entre si ao invés de trabalharem juntos, contando também com situações totalmente descartáveis no que se diz de continuidade, como por exemplo a Bernice indo pra cama com um dos personagens com Ace demonstrando leves sinais de ciúmes (tipo...pra que isso meu brother??), na maioria dos casos a trama pouco progride e em longos períodos de tempo. Lendo as reviews do Time Scales, acho válido todo o elogio a ideia narrativa de Guy Adams, concordo, de fato também acho uma ótima ideia, mas infelizmente em uma avaliação de enredo separamos a “ideia” e a “reprodução” ambos processos que depende um do outro - E nesse caso a ótima ideia do escritor acabou sendo má reproduzida e bagunçada (até mesmo enigmática). O que me preocupa nisso tudo é que tendo uma visão geral da Box, notamos que o arco central possui zero profundidade e nenhuma complexidade, muito pouco desenvolvido podendo resumi-lo em poucos passos: 1° – Ace sumiu, 2° - Ace é encontrada 3° – Existe o envolvimento dos Daleks (porque está na capa da Box hahaha) e por conta de sua aparição no segundo áudio. Bom vamos ver se reservaram o melhor para o fim, porque Skaro é o próximo destino de Bernice e Ace.