Comparando com os outros Doutores (6°, 7° e 8° Doutor) infelizmente o 5° Doutor teve um certo azar com sua sequência inicial de áudios, recebendo baixas avaliações ou regulares por um número bem significativo de fãs e ouvintes. Essa é uma história muito mais lucido e organizada no que se diz de estrutura, conceitos e reprodução de ideias ainda mais fazendo uma comparação ao seu anterior o The Land Of The Dead, mas ainda sofre notáveis deslizes. A primeira metade é algo que me fez acreditar que o escritor Andrew Cartmel teve seu primeiro contato com histórias do gênero terror e spooky house, um dia antes de escrever o roteiro de Winter For The Adept – É algo que beira ao ridículo, simplesmente Nyssa e o Doutor trancados em uma casa com personagens aleatórios presenciando “”atividades paranormais”’ das mais bestas e mal elaboradas possíveis do tipo: “Veja! A mesa se moveu sozinha!” “Oh meu deus, quem é que está tocando o piano?”
Além de estar longe de ser algo assustador e surpreendente, alguns personagens tem um sotaque francês caricato bem ridículo podendo considerar até mesmo como algo preconceituoso. Felizmente o áudio melhora muito em sua segunda parte, apresentando de fato conceitos bem interessantes que mescla com algo alienígena, espíritos e fantasmas, muitos de seus personagens crescem de forma assustadora, mistérios e suspeitas são levantadas apresentando um quebra cabeça instigante a história. Mas que cai por terra em sua conclusão bem estalar de dedos e confusa, a revelação por trás do perigo dos “”fantasmas”” é um pouco exagerada, por fim tudo se resultando na forma mais padrão possível de encerrar uma história de Doctor Who... claro, com UMA EXPLOSÃO! kkkkk (como diria meu amigo d3ner haha). Alguns de seus pontos positivos estão na atmosfera e criação de mundo, de fato muito imersivo - É muito estranho ouvir a India Fisher como uma outra personagem que não seja. Em inúmeras vezes você remete a companion do 8° Doutor. Alison é uma personagem doce que depois se torna um mistério trazendo alguns trechos obscuros para ela, eu fiquei com uma sensação que ela era uma farsa, se passava de boazinha mais no fundo tinha todo um plano cabuloso maligno. E a Miss Tremayne trazia um tom mais medonho a trama com sua fé obcecada e cega. Os personagens dos professores são meio nulos no começo, mas depois eles crescem na trama. Em resumo, embora Andrew Cartmel tenha feito escolhas que ao me ver fizeram a qualidade cair de forma significativa, ainda sim Winter For The Adept consegue ser uma boa história... um áudio ok, apenas.