Começo destacando o tamanho da coragem de Nev Fountain em escrever o roteiro tão ousado que por sorte é muito bem recebido e avaliado pelos os fãs da série. Se você é um daqueles que gosta das coisas certas em seu lugar de estabelecer um cânone definitivo, talvez The Kingmaker irá perder alguns pontos com você – O escritor brinca e abusa com a ferramenta de viagem no tempo usando um tom cômico extremo que muitas das vezes parece estar zombando de seu próprio ouvinte, você vai se pegar soltando a frase “Eu não acredito que ele fez isso” algumas vezes. Sua premissa inicial em brincar com obras fictícias é levada até o fim do enredo - Na TARDIS uma espécie de Robô assassino de uma editora de livros responsável por catalogar obras fictícias obriga o Time Lord terminar a sua série de Livros chamadas “Doctor Who Discovers” iniciada a escrita por sua encarnação anterior o 4° Doctor. O livro que precisa completar é o “Doctor Who Discovers: Historical Mysterys” (em português Mistérios Históricos) com isso ele tem a ideia de investigar e descobrir o curioso caso de quem matou os Príncipes na Torre Eduardo V e Ricardo de Shrewsbury em 1483. Para conhecimento ambos eram filhos do Rei da Inglaterra Eduardo IV e Isabel Woodville. Os dois foram declarados ilegítimos por um ato parlamentar. Seu tio, Ricardo III trancou-os na Torre de Londres. O destino dos príncipes permanece até hoje como um mistério, e presume-se que tenham morrido de fome ou que tenham sido assassinados na torre. Enquanto o Doctor saí para investigar o caso, Peri e Erimem perdem alguns minutos na TARDIS procurando roupas adequadas para época – Sem perceber um misterioso personagem mudando as configurações da máquina do tempo, as duas companions acabam voltando dois anos no passado. No futuro o Doctor desconfia que alguém que conhece seu próprio passado soube dos eventos futuros e os contou para Ricardo III, assim a pergunta que percorre até a terceira parte de seu enredo é “Quem será esse personagem misterioso?”. Diferente de muitos sinceramente não achei The Kingmaker uma obra prima absoluta, basta pesquisar as avaliações voltadas a ela e verá uma enxurrada de 10/10 – Sua história perde poucos pontos positivos para mim quando em um determinado ponto de seu enredo sua narrativa e suas transições se tornam um pouco confusas e arrastadas para acompanhar a trama, além disso não me senti nada confortável com aquela piada com a Erimem – Todos que apalpam sua bunda rapidamente tem seu braço quebrado pela própria companion, não entendi se isso é uma piada britânica ou sei lá o que, só achei meio desnecessário essa sexualização. Em resumo, não me entenda errado The Kingmaker é uma crítica irreverente a história, publicações, teatro e de sua própria série Doctor Who, esse é mais um dos áudios imperdíveis da BIG FINISH que você deve ouvir.