É impressionante como Robert Shearman (colecionador de histórias geniais) conseguiu transformar o pouco em algo tão grandioso a níveis absurdos conceituais e de qualidade nos inserindo a um monólogo focado em desenvolver o relacionamento entre os dois personagens em meio um cenário vazio, branco e espaçado.
O Doctor e a Charley estão diante a um situação onde não podem confiar nem mesmo em seus sentimentos, no ar que respiram, ou se ESTÃO de fato respirando.
Sua fluidez narrativa é impressionante, uma dinâmica espetacular, o áudio segue com uma premissa singular de não haver mais nada para distrair o ouvinte, deixando-o muito focado aos pequenos detalhes, privando a uma experiência sensorial combinada com uma imensa sobrecarga emocional, uma imersão silenciosa que conta até mesmo com os famosos "Jump Scare".
A palavra 'scherzo' é um termo musical que se refere a uma peça rápida de música clássica, geralmente incluída em uma composição maior como a segunda ou terceira parte do som predominante - Shearman é realmente muito bom em escrever personagens, ele resgata o ""romance"" desajeitado entre o Doctor e a Charley de uma forma tão envolvente a ponto de explorar as motivações e as razões pelas quais o Doctor tem, ou precisa de companions, esse provavelmente é o auge de sua narrativa conceitual. Scherzo é um tanto agonizante, emocionante, misterioso, imersivo, fascinante...Bom, eu poderia ficar aqui até amanhã rasgando elogios a essa obra prima, sem sombra de dúvidas é um dos melhores áudios da BIG FINISH.