Geralmente histórias que possuem uma temática de fantasmas em Doctor Who, ou são muito amadas ou consideradas meeeeh – No caso de “Ghost Walk" temos uma complexa história fantasmagórica com várias pitadas cômicas e múltiplas facetas tornando suas reviravoltas brilhantes. Aqui não temos aquele típico clichê de casa mal-assombrada escura iluminada a velas, os fantasmas são usados de forma mais inteligente como uma espécie de dispositivo temático em vez de ser um mistério previsível. Além de experimental, a história é expansiva e muito versátil sendo muito envolvente a cada minuto apresentando muito bem uma mescla entre suspense, alguns bons momentos assustadores e uma quantidade certa de humor. O áudio também brinca com algumas estruturas narrativas diferenciadas, além de dar aos três companions seus próprios blocos isolados para desenvolve-los, temos algumas sacadas geniais como, mostrar o final da parte 1 e depois usar o tempo restante para mostrar os eventos tensos que levaram a chegar aquele ponto. E como eu amo ouvir a voz da Sarah Sutton, novamente fazendo um trabalho fantástico, o bloco de Nyssa é incrivelmente interessante e um pouco angustiante também (digo no sentido de preocupação), por exemplo no momento em que a companion é acusada de ser uma bruxa e é mergulhada em um lago (eu ouvi um The Witchfinders em Chibnall). Janet Fielding também, amo demais a dinâmica entre Tegan e o 5° Doctor, e claro como de costume temos os aqueles clássicos momentos de dissentimentos entre os dois que dessa vez acabou nos gerando um momento bem fofo, a companion chega a dizer abertamente que o motivo de toda essa pegação no pé, é porque se importa muito com o Doctor. Já Adric, não sei...ainda posso mudar de ideia ouvindo outros áudios, mas sinto a mesmo falta de brilho vista na série de TV, é estranho ouvir o Adric com voz de adulto (claro que seria impossível o Matthew Waterhouse ter a mesma voz de quando era pré-adolescente, obviamente ele envelheceu) mas sei lá...não deixa de ser algo estranho.