Introduzimos a “Trilogia Stockbridge” de forma bem leve e divertida com um enredo recheado de plot twists bem interessantes contando com o retorno de um vilão considerado notável pelos grandes fãs e conhecedores da era Tom Baker (4° Doutor) que por sinal, são muito bem reutilizados. Minha relação com a escrita de Alan Barnes nem sempre são das mais satisfatórias, é quase que uma marca registrada do escritor apresentar algumas ideias e elementos bem pirados e esquisitos gerando experiencias desgastantes para os meus ouvidos. Felizmente Castle Of Fear desvia dessas complexidades incômodas e flerta mais com a simplicidade e leveza, contando também com algumas referências literárias e históricas oblíquas – Após Nyssa e o 5° Doutor assistirem a uma peça em 1899 onde se deparam com um personagem intitulado como Senhor do Tempo e um aparato muito parecido com sua TARDIS, voltando para o ano de 1199 os viajantes tomam conhecimento de um Castelo considerado amaldiçoado pela população de Stockbrigde, onde coisas paranormais acontecem com muita frequência. Logo descobrimos que tudo isso trata-se de um plano alienígena vindo de um antigo e conhecido inimigo do Doutor com objetivo de fortalecer e potencializar seu exército. É nítido como Barnes soube dosar muito bem a progressão narrativa de seu enredo, inicialmente acompanhamos uma corrida de sobrevivência hilária e descontraída cheia de intenções cômicas com um humor acido de muito bom gosto – Toda essa trajetória da floresta até o portão principal do Castelo passara diante de teus olhos sem que perceba, a dinâmica dada a esse bloco é muita fluida com excelentes personagens de apoio propícios a tira várias risadas de seu ouvinte. A cena do Doutor caindo em uma armadilha para Javalis é muito engraçada, depois é atacado por porcos com a Nyssa tentando afasta-los jogando seu par de sapatos neles hahaha isso é genial demais! Por fim a segunda metade dá uma freada no tom cômico visto anteriormente começando a mesclar um pouco com a seriedade com intenções de desenvolver e explicar tanto os planos dos vilões como dos protagonistas para impedi-los. Devo destacar o grau de importância da Nyssa na resolução da problemática, a BIG FINISH usa sua personagem de forma muito mais proveitosa do que na Série de TV aproveitando seus atributos de inteligência e conhecimento sendo uma arma muito poderosa em suas histórias. Em resumo, sempre acabo por torcer o nariz quando me deparo com uma história medieval, esperando aquele enredo técnico cheio de diálogos formais que na maioria dos casos são cansativos e desgastantes para mim. Muito legal que Alan Barnes soube fugir desse padrão e trazer um enredo muito divertido, descontraído e gostoso de acompanhar.